Eu estava cá pensando com meus botões sobre as diferenças de posições entre o pessoal do GNU e do OSI… não tenho uma posição muito bem definida sobre o assunto.
A primeira vista, parece que o ponto fundamental da discórdia entá no “copyleft” defendido por Stallman. Depois reli “A Catedral e o Bazar” do Eric Raimond que é facinante…
O Stallman escreve algumas coisas muito boas, mas tem um gênio horrível. Mas ele deu a tacada inicial ao criar a GPL. No entanto, se não fosse o método “bazar”, jamais chegaríamos onde chegamos. A OSI trouxe o apoio de grandes empresas que começaram a abrir o código de alguns sistemas como o Netscape que foi um marco na história do software livre. Talvez, depois da GPL e o Linux, a abertura da Netscape seja o maior marco existente hoje. E vemos a IBM, SUN, HP apoiando e investindo.
Aí um amigo agora quer patentear a “roda” como forma de protesto, mostrou que a IBM é a maior detentora de patentes do mundo. Aí vejo a Microsoft pensando em criar licenças abertas. Fico preocupado. O pessoal da OSI injeta ânimo e capital, mas traz olhos gordos também. Aí, começa a ficar difícil de separar o joio do trigo.
Bem, então me peguei assistindo ao filme do Último Samurai. Mostra toda a cultura ancestral japonesa e a importância que se dão a valores completamente estranhos a nós. É complicado julgar o mundo oriental a partir de nossos valores ocidentais. Questões como honra e tradição, não tem o mesmo peso para nós.
Aí eu vejo o Stallman ficando cada vez mais longe na roda da história, conforme o mundo corporativo vai se embrenhando ao movimento de software livre, ou melhor o movimento de “Software de código aberto”. O mercado acaba avaliando o “Open Source” como uma opção tecnicamente desejável, pois é mais barata, mais segura e possui um desenvolvimento muito mais veloz!
O projeto GNU aparece como o último samurai bradando a bandeira da filosofia do Software Livre. Só que ao invés de se tratar de um duelo entre espadas e armas de fogo, aparece-nos um duelo entre a pena e o ouro. Todos sabem onde este duelo vai parar. No entanto, enquanto tivermos jovens talentosos e rebeldes, sempre haverá um nicho para aqueles que valorizam o lado filosófico da coisa.
Steve Jobs, costumava chamar a IBM de grande irmão (sim o “Big Brother” da globo) , em referência clara ao livro “1984” de George Orwell. Hoje a IBM posa de grande patrocinadora do movimento… até quando o jacaré permanecerá de boca aberta?