Hoje estava acompanhando as postagens no Planeta PostgreSQL e me deparei com este excelente texto do Sr. Frank Wiles e percebi que algo que me incomodava há muito tempo parece ser verdade! A lei do 80 – 20 não se aplica apenas aos usuários normais, se aplica aos desenvolvedores também.
Para quem não conhece a “Lei do 80 – 20”, ela diz, algo assim: “80% dos usuários utilizam no máximo 20% dos recursos do sistema”. Esta abordagem é clássica quando sugerimos alguém a migrar do M$ Office para o BROffice.
Mas a minha vida de DBA tem mostrado que isto não se aplica somente as aplicações de escritório. Lembro-me que neste ano eu estava dando uma palestra com o Fernando Ike no VII FISL sobre migração de Oracle para PostgreSQL. No final da apresentação uma pessoa que se identificou como sendo de uma importante organização brasileira questionou se o PostgreSQL seria bom para cortar custos mas que no fundo não daria conta da carga que o Oracle suporta. Infelizmente o tempo para as respostas era curto e haviam outras perguntas para serem respondidas, portando não pude responder plenamente o questionamento. No entanto acho que o Sr. Frank Wiles deu uma excelente resposta.
Já vi aplicações em Oracle com mais de 100GB que não utilizam nem 5% dos recursos do SGDB. Para dificultar a engenharia reversa nos bancos de dados, existem empresas que chegam ao cúmulo de não utilizar sequer chaves estrangeiras. Um fornecedor uma vez confessou para mim que eles utilizam o Oracle como “caixa de sapatos”. O que vejo são aplicações muito ruins que utilizam SGDBs proprietários de forma muito ruim. Quando questionamos em porque a aplicação não pode usar um SGDB livre, eles dizem que tem medo do banco de dados não ser seguro.
De fato, creio que o nosso maior problema ainda é o FUD. Ok, o PostgreSQL ainda não tem soluções de Cluster tão maduras quanto a Oracle ou o DB2. Mas veja bem… quantas empresas você conhece que realmente utilizam isto de forma acertada? Quantas empresas não superdimencionam exageradamente as suas demandas?
Para mim, o problema no Brasil é muito mais relacionado a falta de informação dos nossos dos nossos profissionais que preferem apostar suas fichas em marcas conhecidas do que saber realmente o que vão precisar utilizar do SGDB, e quais atendem às suas necessidades.
No entanto, enquanto o números casos de sucesso do PostgreSQL cresce nas grandes empresas, fica cada vez mais fácil convencer as pessoas de que o PostgreSQL é um SGDB robusto o suficiente. É claro que ele não atenderá a 100% das necessidades. É preciso utilizar a ferramenta certa para resolver cada problema. Em alguns casos, podemos utilizar o MySQL, DB2 ou até mesmos arquivo texto. Tudo depende da demanda. No entanto, creio que o PostgreSQL tem obtido enorme êxito no mercado corporativo, sucesso que deve aumentar muito se conseguir manter o rítimo e a qualidade do seu desenvolvimento.