O Jack me convidou para escrever sobre este meme (que é uma expressão que subverte o significado original da palavra para disfarçar o que na verdade não passa de uma corrente entre blogs). Após alguns bons dias sem postar nada, acordei de ressaca de um pileque moderado – mas merecido e até necessário – com inspiração para escrever sobre o assunto.
ALERTA: Este é um texto longo e pessoal. Se você não conhece o autor deste blog , não está com a menor intenção de conhecer ou não tem a menor paciência de ler filosofia barata de pós botequim, não leia e não comente. Você está avisado.
- Leia antes de escrever!
A primeira coisa que aprendi sobre blogs, é que para ser um blogueiro você deve ler outros blogs. Se você espera que alguém leia o que você escreve, então é de se esperar que você leia o que outras pessoas escrevem. É também parte de uma tradição onde os bons escritores devem ler mais do que escrever. Por tabela tem aquele ditado de que o ser humano tem uma boca de duas orelhas, para ouvir mais e falar menos. Confesso que eu muitas vezes falo mais do que escuto. Mas vivo procurando outros blogs que falem sobre bancos de dados também. E vou lhe dizer, os DBAs não gostam muito de escrever. Quando encontro algum em pt_BR é uma vitória. Já cheguei até a escrever aqui e aqui só para comemorar quando encontrei algo novo.
- Egocentrismo e Jornalismo
A segunda coisa que todos que acompanham a “blogosfera” já sabem é que o povo adora falar sobre blogs. Muitas vezes isso realmente torra a paciência de qualquer um. Picuinhas via blogs atacando o que fulano escreveu sobre beltrano e por aí vai. Ou então a apologia dos blogs e a mídia formal, etc e tal. Como não sou jornalista, esse assunto costuma me entediar.
Na verdade eu já tive muita vontade de fazer jornalismo. Participei pela primeira vez de um jornal na escola fazendo jornal mural na 3ª série do ensino fundamental e nunca mais parei. Fui diretor de imprensa do grêmio da escola técnica que cursei e escrevia editoriais para o jornal “estopim” que criamos. Mas eu já tenho uma irmã jornalista (espero que ela não leia isso), trabalhei com jornalistas, e tive um caso ou outro com jornalistas também. Vou lhe dizer uma coisa, eu acredito no poder dos editores, nos baixos salários dos jornalistas e na força das assessorias de imprensa – que são as pessoas que mais escrevem artigos para divulgar os produtos ou idéias dos seus clientes e curiosamente nunca vêem o seu nome nos artigos publicados.
Descobri também que em geral os melhores artigos publicados não são de jornalistas. São de pessoas de outros ramos que tem alguma coisa a dizer sobre um assunto específico. Então desisti do jornalismo e fui cursar Ciências Sociais. Falem bem ou mal, mas eles escrevem artigos bem mais interessantes – ok, muitas vezes mais chatos e metidos também! O fato é que o jornalista é uma pessoa que parece (digo parece, porquê eu nunca cursei jornalismo) criada para falar sobre qualquer assunto, o que é no mínimo perigoso. Lembro que na USP o curso de jornalismo da ECA possuía uma carga horária enorme de cursos que eles poderiam fazer em qualquer outra faculdade. É claro que nas Ciências Sociais nós também tínhamos este privilégio. Então eu fui fazer “Teoria de Bancos de Dados” na IME e também uma matéria na ECA que não me lembro bem qual o nome.
Mas lembro que o professor contava muitas histórias interessantes, particularmente sobre como os editores dos jornais se comunicam para adulterar notícias em vários meios fazendo uma mentira se transformar em verdade oficial. É claro que se o Cardoso tivesse um caso concreto desse na mão ele faria a festa contra o Estadão e suas Monkey News. Bom, talvez ele tenha mas prefira não baixar tanto o nível. Mas se vocês duvidam de como isto pode funcionar, veja as brincadeiras do Mr. Manson, que por mais que tenha ficado sem pique de escrever, foi um gênio ao criar o dia do caos. De qualquer forma, um profissional de qualquer área que não consiga fazer auto crítica está fadado a mediocridade. Mas o professor da ECA também indicou um livro de um Italiano chamado Vito Giannotti. E quando olhei o livro, vi que eu tinha ele na minha prateleira, e na verdade o próprio autor tinha me dado o livro de presente. Confesso que não li o livro, mas depois de conhecer um jornalista desbocado de sandálias que fala o que pensa e põe a cara para bater, fui obrigado a perdoar todos os jornalistas medíocres que eu já conheci, e olha que não são poucos. De qualquer forma, com raras exceções como o Contraditorium, a maioria dos blogs que fica no “flap flap flap” sobre blogs, é muito chato. Mas cá estou eu escrevendo sobre blogs…
- Diário de bordo
Confesso que quando criei este blog, ele tinha uma viés de sociologuês no começo. Eu estava na minha fase de deslumbramento sobre o Software Livre e fiz um pouco de apologia sobre o assunto. Não tão bem quanto outro eminente sociólogo (que cursou a mesma faculdade) o Sr. Sérgio Amadeu, mas escrevi algumas coisas aqui e acolá. Em alguns eu me soltei mais e escrevi coisas mais extravagantes como em “Café Cerveja e Software Livre!” e em “Software Livre e o Último Samurai“. Também fiz a primeira tradução de um artigo do Sr. Josh Berkus chamado “Os Cinco Tipos de Projeto de Código Aberto“. Cheguei a ganhar um comentário do autor. Aí me empolguei e traduzi outras coisas, mais técnicas, depois entrevistei ele e outros desenvolvedores do PostgreSQL e finalmente tomei uma cerveja com ele antes do FISL deste ano. Curiosamente o meu lado jornalista me fez ajudar a criar o DebianZine que foi uma idéia do Fike de criar um fanzine sobre o Debian que infilismente só chegou a ter 4 edições. O fato é que nos meus únicos dois artigos no DebianZine, nenhum deles era técnico.
Passei muito tempo aqui no blog postando sobre o PSL-ABCD. Na verdade, um dos primeiros posts deste blog foi a “Carta de Santo André” que ajudei a escrever, mas infelizmente não estive presente quando ela foi lida e o PSL-ABCD foi criado. Ajudei a organizar 3 fóruns e outros eventos do PSL-ABCD. Um belo dia eu estava no canal do Debian-BR no IRC e o Faw estava comentando sobre um post que escrevi sobre algumas desventuras como DBA e outra pessoa comentou no canal: “Outro post filosófico sobre como não precisamos precisamos de programadores de sim de liberdade?”. E o Faw educadamente respondeu: “Não, este é técnico”. Aí eu percebi que estava na hora de escrever mais coisas técnicas, e admitir que existe um fundo de verdade na expressão “Show me the code”. Para meu azar, eu continuei encontrando bancos de dados com VARCHAR na chave primária…
Aos poucos eu comecei a me afastar do PSL-ABCD e resolvi estudar mais e publicar coisas mais técnicas. Foi nesta época que surgiu o nome atual do Blog: “SAVEPOINT” que era uma alusão ao lançamento da versão 8.0 do PostgreSQL que implementou esta funcionalidade (que eu nunca usei até hoje) mas que parecia um nome bacana para o blog. Com o tempo o “Telles” sumiu do nome do blog e ficou só o SAVEPOINT. Isto também coincidiu com uma alavancada profissional e renderam algumas palestras por aí. Este ano eu também me envolvi mais com a comunidade de PostgreSQL e passei a ajudar na organização do PgConBrasil. Mas não estou colaborando na mesma intensidade como outrora, o que me deixa mais tempo para estudar. Curiosamente este ano eu passei a estudar mais sobre Oracle apesar de realmente simpatizar mais com o PostgreSQL, o que me levou a dar satisfações públicas sobre o assunto aqui.
Bom, olhando bem, um blog pode servir como um diário público, como eu acabo de demonstrar. Também serve para ajudar algumas pessoas com postagens técnicas com alguma relevância. Quando olho para as palavras chaves que as pessoas usam nos mecanismos de busca isto fica bastante claro. Eu particularmente já fui muito ajudado por outros blogs e por isso eu posso dizer que eu realmente gosto deles. Não sei se este blog ajudou alguém a resolver algum problema, mas o fato é que algumas pessoas continuam acompanhando o que escrevo aqui. O meu entusiasmo com os blogs me levou a criar a campanha “Keep Bloging” junto com o Jack para que outras pessoas criassem um blog. De certa forma a campanha continua e o último blog que eu influenciei foi o da Kenia, que está reforçando o tímido grupo de pessoas que escrevem sobre bancos de dados em pt_BR.
- Autopromoção
Dizem aí que o reconhecimento do sucesso de um blog está nos seus comentários. De certa forma eu concordo com isso e cheguei a adotar o WordPress especificamente por causa de algumas deficiências no mecanismo de comentários do Xoops. Este blog, na verdade continua recebendo poucos comentários, mesmo depois da migração. Uma forma de ganhar comentários é certamente ser polêmico ou escrever coisas engraçadas. Quando escrevi dois posts comparando o Oracle com o PostgreSQL eu tive os melhores comentários deste blog aqui e aqui. Este foi um dos assuntos mais gratificantes em termos de retorno, pois os comentários complementaram o que escrevi tornando o texto mais rico. É claro que aparecer no BR-Linux ajudou muito, mas a lista de discussão do PostgreSQL ajudou mais ainda. Não é a primeira vez que eu ou outra pessoa divulga um post deste blog e nem assim eu tive um retorno tão grande. Afinal este assunto rendeu uma das conversas mais longas da lista com mais de 100 e-mails, onde eu fui apenas mais um palpitando sobre o assunto.
Falando em BR-Linux, uma das coisas difíceis de se aprender é até quando você se permite “promover” o seu blog. Existe uma linha tênue entre o que você pode considerar ético ou não. No começo eu era muito purista. Até que o Fike divulgou um post meu no BR-Linux… e aí este blog começou a receber visitas para valer. Até hoje as “10 Dicas para começar a usar o PostgreSQL” é o texto mais lido neste site. No final aprendi a não recriminar ninguém. A questão ao fim é perceber qual tipo de leitor você quer atrair para o seu blog. De vez em quando eu divulgo uma postagem minha na lista do PostgreSQL-BR. Algumas pessoas dão algumas dicas, corrigem alguns erros (de ortografia inclusive) e discordam também. Se não tenho muitos comentários no blog, na lista isso acontece com mais freqüência. Não divulgo qualquer coisa, só coisas que acredito que possam agregar algum valor a discussão da lista.
Antes que alguém pergunte (tem alguém lendo isso?) sobre monetização, eu respondo que tive preguiça de ir atrás. Na verdade não tenho tantos leitores assim, e acho que não conseguiria ganhar quase nada com isso (mas seria bom ajudar mais o Fike a pagar o provedor). Não tenho nada contra a monetização, só acho que isto não chega a ser uma fábrica de dinheiro. Quando a propaganda ocupa muito espaço no site, isto me irrita um pouco, pois desvia a minha atenção do texto que eu quero ler. Mas muitos conseguem ser mais discretos e não atrapalhar o leitor. De toda forma, a maioria dos blogs que eu leio eu acompanho via RSS que ainda não vem com muita propaganda, para a minha felicidade momentânea. A questão é que isso dá trabalho e na verdade hoje eu prefiro investir o meu tempo escrevendo mais. O site poderia estar mais arrumado também (aceito sugestões), mas acredito que a melhor forma de promover este blog é escrever.
- Perfil dos leitores
Acompanhar o Google Analytics é realmente interessante. Se você quer realmente atrair muitos leitores, com uma ferramenta destas você vai longe. O final-de-semana é uma época de poucos leitores aqui no SAVEPOINT. Curiosamente é uma época onde os posts não técnicos ganham o maior número de leitores. A Receita de Chili Con Carne, é um bom exemplo, mas as palavras mais procuradas neste blog vem do post “Frases Interessantes“. O fato é que um blog técnico com um foco restrito não terá nunca o mesmo número de leitores de um site genérico. Por outro lado é besteira achar que escrevemos e queremos ficar anônimos. Todo mundo gosta de receber muitas visitas e se não gostassem não montariam um blog. Mas acho que com o tempo comecei de alguma forma a ter leitores mais assíduos que não aparecem aqui apenas caindo de paraquedas através do Google. Para quem quer ganhar dinheiro com monetização, isto pode não ser tão importante, mas para um blog com foco restrito, ter um público qualificado é a meta mais importante na minha opinião.
Acredito que além da qualidade dos textos (que eu muitas vezes deixo a desejar por erros ortográficos toscos de quem escreve com pressa), é importante manter alguma regularidade. Nunca me impus um ritmo para escrever. Acredito que um texto por semana seja suficiente para que os leitores voltem com alguma regularidade. Na verdade tenho zilhões de idéias sobre coisas que eu gostaria de escrever. Me falta tempo para escrever, algumas vezes falta inspiração e em outras falta estudo mesmo. Acho que quanto melhor você escreve e mais relevantes os seus assuntos, mais leitores qualificados você ganha. Ultimamente tenho recebido alguns comentários inteligentes de pessoas que eu admiro. Estes valem por centenas de cometários medíocres e me fazem pensar que estou no caminho certo.
- Privacidade
Gosto de escrever sobre assuntos nerds e viajar um pouco na maionese de vez em quando. Para isso criei a sessão “Delírios, Viagens e Alucinações“. É uma sessão onde gosto de escrever e tento me cuidar para não forçar a barra. Tenho o hábito de ser muito radical na hora de me expressar, de carregar na cores para enfatizar um ponto de vista. Isso pode trazer um pouco de problemas, pois como no Orkut, o lazer e o trabalho começam a se confundir e sua vida pessoal pode lhe trazer problemas profissionais. Por outro lado, fazer um blog completamente anônimo é ruim a não ser que isto seja proposital – já tive a idéia de criar o blog “Free as a Troll” mas desisti. Acho que um blog precisa ter personalidade e deixar transparecer as opiniões do autor. Por mais que você escreva sobre assuntos técnicos na maior parte do tempo, você não é uma máquina. Acredito que buscar a sua individualidade e saber expressar é uma arte. Ainda não aprendi, acho que as vezes sou muito comedido quando eu poderia ousar mais, como quando fui cobrado de colocar uma aba “Sobre” por aqui. Vou lhe dizer que enrolei muito tempo para escrever este texto e demorei a me convencer de sua importância. Por outro lado eu tenho certeza de que me exponho muito com opiniões fortes. Mas de toda forma, eu não tento evitar isso tanto assim, afinal eu sempre gostei de provocar meus interlocutores, seja na mesa de bar, na faculdade ou no trabalho. Não seria aqui que eu me omitiria.
- O que eu ganho com isso?
Quando eu já tinha me formado na ETELG e ia até lá só para ajudar a fazer o jornal Estopim, uma pessoa sempre me perguntava o que eu ganhava com isso. Eu explicava longamente a minha opinião, mas ela aparentemente não se convencia e voltava a me perguntar em outro dia. Bom, eu realmente gosto disso. Gosto de escrever. Aprendo muito com isso e eu realmente sou fascinado com a idéia de escrever coisas novas. Gosto de me expressar e gosto que outras pessoas se expressem também. Eu diria que sou aficionado pelo debate saudável, onde você confronta idéias e ganha mais elementos para tirar as suas próprias conclusões. Este espírito me levou a escrever um texto na época do Estopim que não chegou a ser publicado e se chama “A Formação do Senso Crítico na Sociedade Atual“. Lendo este texto escrito há mais de 10 anos, vejo um marco de uma época em que eu estava muito preocupado com a importância do debate. Não é a toa que uma das coisas que eu mais gosto de fazer na vida é tomar cerveja com os amigos e debater um assunto polêmico qualquer. Pessoas inteligentes e polêmicas são excelentes companheiros de copo, mesmo que eles só tomem suco de laranja.
Mas é claro que o blog também é uma forma de autopromoção profissional. Nunca neguei isso. Mas também nunca ganhei dinheiro com isso, muito pelo contrário. Um blog pode ajudar no seu networking, embora conhecer pessoas presencialmente em eventos e tomar cerveja com elas seja infinitamente mais interessante e efetivo. As únicas pessoas que me procuraram a partir deste blog para solicitar meus serviços de consultor DBA não tinham dinheiro nem para me pagar a condução. De fato os gestores de TI de grandes empresas não devem acompanhar muito o meu blog. Mas de qualquer forma, ele é uma referência quando você se depara com uma entrevista. É corriqueiro as pessoas vasculharem seu perfil no Orkut antes de te contratarem, mas colocar o seu nome no Google também. E o SAVEPOINT está lá… podendo ajudar ou não como uma referência para a pessoa que está interessada em contratar meus serviços. Já pensei em colocar uma aba promovendo a minha empresa de consultoria. Cheguei a escrever um rascunho e acabei descartando. Tem gente que chega a colocar o próprio currículo no blog. Nada contra, mas por enquanto eu vou continuar assim mesmo.
Mas há uma última coisa que eu ganho ao escrever aqui e que realmente tem haver com o nome deste blog. Eu aprendo e me revejo escrevendo. Ao escrever eu me obrigo a organizar as minhas idéias e tentos expressar isso de maneira mais ou menos acabada. Ocorre que são apenas conclusões provisórias, sujeitas a alterações a qualquer momento. Um bom exemplo disto foi quando eu escrevi sobre “Autenticação de Usuários em Bancos de Dados“. Eu me arrisquei um pouco mais e divulguei este texto na lista do Oracle-BR. O Chiappa, que é um DBA que eu respeito muito pelo conhecimento e pela sua participação nesta lista, me deu uma resposta completamente contraria a minha opinião. Isto me obrigou a rever um pouco a minha opinião. O resultado é que estou lento TODA a documentação da Oracle sobre o assunto (que são uns 5 livros no total). Quanto eu terminar e me sentir mais seguro sobre o assunto, eu devo publicar um novo texto, mais maduro sobre o assunto. Certamente eu irei divulgar novamente o texto da lista do Oracle-BR e ver qual será a nova reação do colega Chiappa. Mas de qualquer forma o importante é que eu me permitir errar. E eu vejo que errei em algumas colocações minhas, o que me permitiu melhorar muito neste assunto. Isto significa que o meu blog está contribuindo diretamente para a melhoria do meu conhecimento profissional. Vale a pena ver as respostas na lista. O assunto é realmente polêmico e estes assuntos que me motivam a querer aprender mais e ser um profissional melhor qualificado.
Olhando por aí, a questão não é o que eu aprendi com o meu blog, e sim o que eu estou aprendendo! Tenho realmente muito o que agradecer aos meus leitores colegas.
Um grande abraço para quem teve paciência de ler até aqui. Nos encontramos num bar para um animado debate regado a boa cerveja qualquer dia desses! Ah, já ia me esquecendo…. e se alguém estiver afim de dar continuidade a este meme, esteja a vontade.