Oracle Closed World

Ontem fui no mega evento da Oracle Open World. Sim, a empresa onde eu trablaho pagou a minha inscrição. E não é qualquer um que pode bancar cerca de R$1500 para entrar num evento desses. É claro que a Oracle e os patrocinadores do evento distribuem muitos convites para seus clientes. Foi assim que eu consegui entrar em outros eventos da Oracle ou mesmo no Linux World que ocorreu por aqui em 2006. Em suma, eventos corporativos são caros e são para poucos.

Isto já era notável na diferença entre a FENASOFT e a CONDEX na década de 90. Menos gente é sinônimo de platéia mais selecionada e mais Whiskey nos estandes. De qualquer forma, o recém adquirido hábito de utilizar gravata parece ter me beneficiado ontem.

Apesar de ter encontrado alguns conhecidos, foi sozinho que eu consegui aproveitar mais o evento. Só pude ir em um dia, cheguei cedo, saí tarde, assisti palestras e passei um bom tempo nos estandes conversando com o pessoal. Já que estão pagando para mim, melhor aproveitar ao máximo.

Os estandes estavam distribuidos mais ou menos assim:

  • Grandes marcas como IBM, SUN, HP e Dell
  • Prestadores de serviço como DBAs
  • Consultorias para implantar sistemas ERP, CRM, etc;
  • Fornecedores de soluções que rodam em ambiente oracle (banco de dados, servidor de aplicação, etc);

Bom a primeira coisa notável é que não haviam estandes enormes. A SUN e a HP estavam quase escondidas e stands modestos, por exemplo. A segunda coisa é que se Oracle era sinônimo de banco de dados para você, esqueça. O banco de dados é apenas a ponta do iceberg na cadeia de produtos e serviços da Oracle. A Oracle tem se notabilizado por uma agressiva estratégia de aquisição de empresas e tem soluções de todo tipo: SGDB, ERP, BI, SO, CRM, SOA e mais uma tonelada de letrinhas e buzzwords. E o banco de dados é apenas uma dentre os vários produtos e isto tinha reflexo também na ocupação da grade do evento do espaço de exposições dos estandes. Sobre os diversos produtos e camadas que a Oracle tem para rodar, acima do banco de dados eu só tenho uma coisa a dizer: eu gostaria muito delas se elas seguissem as recomendações da própria Oracle nas suas documentações.

Bom, fora isso vi algumas coisas bacanas. Algumas coisas que me chamaram a atenção:

  • Palestra sobre backup/recovery mostrando inclusive o novo assistente para recuperação de desastres. Nota: cada vez mais eles querem empurrar o ASM e o RMAN. Eu sei que estas tecnologias são interessantes, mas são todas no estilo ame-o ou deixe-o.
  • O Oracle TimesTen é uma tecnologia muito interessante, que mostra como a Oracle consegue ser inteligente e por isso mesmo cruél. A tecnologia funciona como um banco que guarda tabelas de um banco tradicional em memória e fica como uma camada na frente aceitando consultas da aplicação. Muito rápida a solução, aceita SQL92 e funciona com vários fornecedores de SGDB. A Oracle comprou a empresa que desenvolveu isso. Agora o TimesTen é orientado apenas para o SGDB da Oracle, custa muito mais caro do que antes e só funciona com a versão Enterprise. É mole?
  • A HP e a Oracle mostraram um rack 44U com várias gavetas de storage, 4 servidores em RAC ligados por vários canais Infiniband. A novidade era um software da Oracle que filtrava os dados pelos  predicados (leia-se aqui como clausula WHERE ) da consulta em nível de hardware, diminuindo o fluxo de dados. Um monstrinho otimizado para BI. O detalhe é que o software da Oracle só funciona com aqueles discos, aquelas controladoras, aqueles switches infiniband, aqueles servidores HP e montados naquele rack.

Depois disso eles ainda chamam isso de Open World?

Em tempo, fui olhar um poco das tecnologias de Storage por lá… algumas novidades na área sim. Mas isto fica para outro dia.

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