Sobrevivendo como DBA

Algumas pessoas já sabem e outras andaram estranhando. O fato é que voltei a trabalhar com Oracle. Passei um tempo com desenvolvimento Web, mas o fato é que eu realmente gosto de trabalhar com Banco de Dados. Procuro há algum tempo uma vaga para DBA PostgreSQL no Brasil, e não encontro. Se você entrar no APInfo, por exemplo e fizer uma busca, você vai encontrar algumas vagas para desenvolvedores que tenham algum conhecimento de PostgreSQL, mas não vagas para DBA PostgreSQL.

O fato é que o PostgreSQL está crescendo no mercado. Ainda não representa uma fatia tão expressiva quando o Firefox no mercado de navegadores, mas vem crescendo. O que eu vejo são empresas com aplicações pequenas onde não existem um DBA alocado exclusivamente para tomar conta do SGDB ou empresas com aplicações médias onde um outro DBA, como um DBA Oracle ou MS SQL Server acaba assumindo o trabalho. Existem ainda poucas empresas especializadas em dar suporte para o PostgreSQL no Brasil, e poucas aplicações de grande porte utilizando o PostgreSQL, pelo menos é o que tenho notícias. Sei que muitas implementações não são divulgadas, até mesmo por questões de segurança interna. Mas já tem muita gente testando e se convencendo que o PostgreSQL já está pronto para aguentar cargas mais pesadas. O lançamento da versão 8.3 vai confirmar isso novamente.

Estive lendo um artigo interessante, onde o autor demonstra que em seus testes de migração do Oracle 8 para o 10, não houve uma melhoria muito grande no aumento de performance do Oracle. O que mudou então? Muita coisa melhorou, mas o que eu tenho sentido nos meus testes pessoais é uma melhoria enorme nas interfaces administrativas. Uma quantidade enorme de ferramentas foram colocadas a disposição para automatizar dezenas de tarefas. É claro que em algumas implementações críticas ou muito grandes, um ou mais bons DBAs conseguirão fazer um gerenciamento do Banco de Dados melhor que as ferramentas automáticas. Mas as implementações pequenas e médias precisam de cada vez menos intervenções. Muita coisa que eu fazia na mão ou via scripts no Oracle 9i, podem ser feitas automaticamente pelo Oracle 10g. E em breve teremos a versão 11 por aí.

Isto significa que a demanda por DBAs tende diminuir um pouco, mas significa também que o PostgreSQL ainda tem muito terreno para ganhar. A cada nova versão, o desempenho do PostgreSQL tem sofrido melhorias constantes e significativas. Ainda não existem funcionalidades e ferramentas tão sofisticadas quanto as da Oracle, mas iniciativas como o CEDRUS estão aparecendo e muita gente está começando a se preocupar com isso. A meu ver, teremos um aumento de demanda crescente para bons DBAs para PostgreSQL, de preferência, aqueles que tiverem experiência com ambientes maiores. Isto significa que o que se aprende com Oracle (se não aprender apenas a arrastar o mouse, claro…) não deverá se perder, e sim se agregar para diversas situações onde o ambiente é mais exigente.

Com isso, digo que estou um pouco afastado do trabalho com PostgreSQL, mas continuo acompanhando de perto, com o prazer de trabalhar ao lado de dois bons DBAs com quem estou aprendendo muito, ironicamente, um é um DBA DB2, e ou outro é um DBA PostgreSQL! Acredito que haverá espaço para os fãns do elefante em breve,enquanto isso, se aprimorar um pouco em ambientes mais complexos, não me parece tão ruim assim. Tenho aprendido muita coisa e comparado como as coisas funcionam em SGDBs diferentes, tenho até aprendido algumas coisas sobre DB2 em mainframes, que é muito interessante. Espero que quando as oportunidades surgirem eu esteja bem preparado para assumir novos desafios.

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